Nos últimos 10 anos venho recebendo em meu consultório famílias e seus bebês, acompanhando-os em suas construções de parentalidade e as transformações que acontecem na relação conjugal.

Para mim é um privilégio poder acompanhar os primeiros “entrelaços” dessas histórias, que tem muitos ingredientes além de amor e dedicação: também dúvidas, cansaços, angústias e tantas outras coisas.

Em cada sessão, ofereço acolhimento e escuta em um contexto conversacional seguro, no sentido de cuidar para que cada um possa falar sobre sua experiência e escutar os demais. 

Escutar é diferente de ouvir, já dizia Rubem Alves, um autor muito estimado por mim. 

Enquanto ouvir é uma faculdade sensorial do corpo, escutar é algo que se faz no encontro com o outro e pressupõe certo movimento interno, abrindo espaço para que as palavras do outro nos habite por um momento.

E, nesse sentido, atender os casais, famílias e suas crianças me convida todos os dias a aguçar minha sensibilidade para escutar por trás das palavras: gesto, olhar, corpo, ritmo…. choro também.

Tudo isso é comunicação e faz parte da narrativa da família. Também a acolher os diferentes pontos de vista de cada membro, suas expectativas, desejos, dúvidas… cada um tem uma perspectiva única, que carrega a sua verdade e a potência de sua história.

É a sua voz no mundo, e ela faz a diferença!