Emmi Pikler, pediatra húngura que dirigiu o Instituto Lóczy, lembrava sobre a importância de respeitar o ritmo das aquisições motoras de cada criança.
Isso quer dizer, por exemplo, nunca se colocar na posição sentada uma criança que ainda não domina os movimentos para sentar-se sozinha.
Colocar a criança em uma posição em que ela não conseguiu chegar sozinha, digo, pela sua própria aprendizagem motora, faz com que ela sinta insegurança: ainda não sabe como explorar os movimentos a partir dessa posição nova, assim como não sabe retornar a uma posição conhecida.
As crianças são muito espertas e conseguem descobrir sozinhas os movimentos necessários para se sentar, assim que tiverem maturidade motora para isso!
São verdadeiras conquistas que acontecem todos os dias nos primeiros anos de vida da criança!
Emmi Pikler foi uma pediatra húngara que hoje vem se tornando uma referência para pensar o movimento livre do bebê e a importância dele para seu desenvolvimento.
Pikler assumiu a direção do Instituto Lóczy, localizado em Budapeste (Hungria) durante o período do pós guerra e se dedicou a acolher as crianças que tinham sido separadas de suas famílias, vítimas de tuberculose, na maioria.
Era um contexto marcado pelo desamparo, pelas perdas que a guerra implicou e pelo esforço de reconstrução do país.
Pikler esteve a frente desse abrigo, lutou e trabalhou para assegurar o devido cuidado a essas crianças pequenas.
Pelo contexto histórico em que atuou, gostaríamos de lembrá-la não apenas pelas suas preciosas contribuições teórico e práticas, mas pela sua biografia de luta, resistência e defesa ao cuidado e à dignidade dos bebês frente à barbárie e à violência.